1 de agosto de 2013

gratidão

Quando eu penso que não é possível estar rodeada de pessoas mais generosas e meigas, quando trabalhar parece uma gincana porque os dois colegas com quem estou fazem tudo para me poupar e me obrigam a sentar de hora em hora, me abraçam constantemente, cortam bocadinhos de bolo e escrevem recadinhos para o meu bebé; quando entrar numa carruagem tão quente e tão cheia de gente que a minha barriga e leque não parecem lá caber e de repente se abrem alas até a um lugar sentado e até mãos estranhas me dão apoio e olhares me dão consolo, chego a casa para encontrar o canalizador e a senhoria. E a senhoria traz com ela um carro carregado até ao tecto com tudo o que eu possa precisar para mim e para o bebé. Toneladas de roupa linda linda linda para vestir um menino dos 0 aos 6 meses, alcofa, tapete de actividades, banheira, biberões, bomba de amamentação, esterilizador, compressas, fraldas de pano, uma boia para eu me sentar, um espelho para ver o bebé no carro, mobile para o berço e brinquedos para o carrinho.
Houve uma altura na minha vida em que diria que não mereço tanto. Hoje digo a mim própria que mereço sim, que tento dar não mais do que amor a tudo e todos com que me cruzo, mas a forma como este amor volta multiplicado esmaga-me e parece que a minha gratidão nunca é tão grande como a generosidade daqueles que me rodeiam.